sábado, 8 de outubro de 2011
Resumo
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Aberta
sábado, 20 de agosto de 2011
Coisas de menina pequena
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
sábado, 6 de agosto de 2011
Sexo
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Velhas descobertas
domingo, 31 de julho de 2011
Alucinados
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Porta retrato
Educação infantil
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Desmedido
É estranho se sentir vazio e conhecer cada detalhe desse espaço. Seria um espaço?
É estranho sentir medo de sentir. Teria cabimento?
É estranho não ouvir sinos tocando. Esqueci os contos de fadas?
É estranho sentir a pele esticar. Síndrome de Peter Pan?
Nada que me faça mover uma palha. Nada que me faça querer e desejar uma carne crua, um corpo quente. Mas as cores daquela unha me tiram do sério. Aquele verde junto à cor dourada da pele e o branco dos dentes escancarados em um sorriso roubado por mim fazem meus pés baterem em um ritmo acelerado. Desnorteante. É como receber uma tapa antes do gozo.
Contraditório, sei bem, mas é assim.
Sem planos, mesmo que me perca nas horas imaginando o dia seguinte. Sem compromisso, mesmo que desperceba outros sorrisos. Meu vazio é bem recheado com paredes de labirinto.
Extremo da loucura. Receio pelo tempo apertado, assim como eu. Receio por mim mesma que pareço desconhecida dentro disso tudo.
Soluções. Elas são para os calculistas. Frias, metrificadas.
Pois, sem rima, sem jeito, com medo e com olhos vendados me largo, mais uma vez, por esse mundo perturbado dos que se apaixonam.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Mantenha sua janela sempre aberta
Minha janela me surpreende. Agora, às 2 da manhã, eu posso ter uma conversa amigável com o vizinho do prédio ao lado fumando seu baseado sagrado e eu fumando o meu careta. Me vem a cabeça os risos dele: a menina fuma cigarro sem graça. E a minha inveja pelo outro fumo. Bem que eu podia puxar dessa fumaça mais leve. O tenho como um amigo da madrugada. Sempre sou recebida com um comprimento tímido; ele balança a cabeça de lá e eu de cá. Fico na janela só o tempo do cigarro, mas ele fica mais. Quando volto pra fumar o segundo ele sempre está olhando o que eu não posso vê. Nessa hora ele já nem me nota mais. Ai eu começo a olhar os movimentos, tento imaginar o que tem dentro daquele quarto, do qual mal consigo vê um quadro de moldura fina e escura. Um mundo de outrem que desconheço por completo.
sábado, 7 de maio de 2011
Ausências internas
Era uma noite confusa por vários motivos. O céu estava com cara de chuva, o vento estava frio como se fosse chover, mas não choveu. E em Alice tudo era muito parecido, estava com uma cara de quem precisa chorar, as mãos frias como se tivessem enxugado lágrimas, mas ela não chorou, apesar desta ser sua maior vontade. Mas era um choro como o mau tempo que fazia. Desnecessário. Ela sabia disso e só por saber se sufocava em uma angustia totalmente desconhecida. É quando tudo está assim, como agora, que dói mais.
domingo, 3 de abril de 2011
Quando o Cabaré abre as portas, ou as pernas.
Eu gosto das putas. Sim, e agora não falo das que amo, mas das que ficam na rua mesmo. Eu gosto delas. Do batom vermelho e as sombras azuis baratas. Gosto da conversa e do cheiro do suor de sexo que elas exalam mesmo paradas. A vulgaridade e a elegância nascidas em um corpo só. O jeito do sorri que sabe esconder a humilhação ou até a pouca vergonha para assumir que gosta de sexo pago. A sinceridade e a experiência na arte do gozo. Antes de morre quero um quarto de motel de beira de estrada, um cigarro barato e uma puta muito bem paga pra trocar uma prosa rápida e chegar ao céu aterrorizando as boas moças.
terça-feira, 22 de março de 2011
Amor de rapariga não vinga, não!
Quando estou amargurada meu humor é mais felino e eu gosto disso. Parece que consigo, nesses momentos, arranhar a carne de muita gente. Daqueles arranhões fortes, que deixam cheiro de carne na ponta dos dedos e resto de pele nas unhas. É quase uma cravada fatal! Também tenho vontade de estrangular, mas sem me sentir assassina. Aquela coisa delicada, quase sutil, mas transbordando de veneno. Quem nunca deu uma alfinetada nua e crua nesse mundo que me atire à primeira pedra.
Nem a puta do Santíssimo escapou dessa. Ciúme, mesclado a risos alheios, é foda! Não é qualquer tipo de ciúmes, nem de risos. São daqueles que você só sente pelas prostitutas, quando digo dos ciúmes e dos mais escrachados, quando digo dos risos. Nessa hora o sangue sobe, borbulha e na mão você sente os dois lados da face fria daquela rapariga bem rodada.
Cabaço ali nem as narinas lembram mais como é. Rapariga de roupa curta, só não mostra o bico do peito porque é feio, mas se quiser ver o resto não custa nada. Garota de programa gratuita. Se não foi teu dedo... Olhe que membros não faltam e tenho certeza, já estiveram naquele mapa desgastado.
Ah! Mais são dessas Marias Madalenas que gostamos mais. A puta que a gente vai salvar! Doce ilusão e muito peso na cabeça. Amigo isso não é a tua consciência que pesa, são os chifres que essa devassa, que não é cerveja e muito menos loira, te coloca!
sábado, 12 de março de 2011
O meu novo de novo
Na verdade, até eu me canso de ouvir meu choramingar pelo amor, mas é difícil não falar sobre isso quando sinto dentro do meu peito bater a coisa que os apaixonados sentem. Sei que sou um tipo de apaixonado bem clichê. Daqueles que sentem o amor sozinho. Eu amo só. Na verdade eu relembro meu amor. Eu puxo do meu intimo esse sentimento, que parece esquecido, apagado, mas que está ali, fervendo dentro da minha alma. E é por isso que eu tanto me escondo. É sim, é por isso tudo que eu me esquivo das palavras mais certas pra dizer. Tenho o medo dos que amam de dizer a verdade e ficar perdida.
Mas sinto. Não me nego a sentir tudo isso quando encosto a cabeça no travesseiro. Ah! Meus sonhos, eles são quase realidade. Eu lembro bem como é tocar um cacho de cabelo, eu lembro bem como é ver um sorriso de lábios finos. Parece que para o amor o tempo não passa. Ele faz questão de parar pra mim. Até meu colchão ajuda. Ele ainda tem tua forma e exatamente do teu lado. Eu ainda lembro com veracidade o beijo, o cheiro.
Mau trato. Meu desejo é esquecer, mas lembrar, também me faz tão feliz. Será que essa felicidade é porque eu realmente quero, ou só porque já perdi? Saudade de amor é a coisa mais louca que Deus criou no mundo. Aperta no peito, mas aperta que tira o folego na vida real. Me faz perder o gosto, a concentração. Sonhar e acordar lembrando as coisas que couberam no passado por vezes me faz tão bem!
Dores ou sonhos? Sei lá, tanto faz agora. Eu só preciso lembrar, lembrar de como era tua voz, teu jeito. Lembrar de como eu conseguia naquele tempo te roubar sorrisos que hoje não consigo mais. Preciso também descobrir como esquecer para viver outras lembranças. Eu não quero uma vida de um amor só. Quero descobrir o mundo por olhos que não são meus. E você, nesse momento, me impede de construir o que eu desejei.
Só ventilador sabe o lado certo de girar
As madrugadas são geniais pra mim. Aqui de cima, mesmo estando consideravelmente baixo comparado aos prédios do recife, no meu terceiro andar, não se ouve barulho de carros, gente e nem mesmo o da minha própria casa. Mesmo tendo nascido às 10 da manhã, eu me fiz foi dentro do escuro, mas com o quarto muito bem iluminado. Tenho pavor do escuro total. Antes, quando eu era uma durona, não admitia meus “pequenos” medos. Era mais bonito dizer que eu mantinha uma relação de respeito com o escuro. Ele é maior do que eu, então o respeito.
É gostoso imaginar o que acontece nas janelas dos prédios vizinhos durante a madrugada. Alguns, na penumbra da televisão, ainda se mostram acordados, ou não. Outros, bem acesos, podem também estar acordados ou são do clã dos medrosos e dormem no claro. Isso me lembra duma noite. Estava voltando de algum canto com minha mãe. Nessa época, devia está com os meus dourados quinze anos e andava no carro deitada no banco de trás. Gostava de ver as luzes dos postes se misturarem com as copas das árvores. Dava um efeito bonito. Não lembro o porquê, mas mesmo sendo tarde estava um transito louco. E de cabeça pra baixo eu olhava pra uma janela do segundo andar de um prédio caixão. Tinha um homem sentado na varanda. Parecia ser velho, não dava pra enxergar o rosto dele. A luz da sala estava acessa e a da varanda apagada, só me deram direito de ver sombras. Uma mulher entrou, acho que a filha, talvez a enfermeira, talvez uma namorada muito jovem, mas naquela época eu só pensei que era a filha muito zelosa pelo pai idoso. Ela trazia um copo, eu pensei ser água e ela o entregou alguma coisa fora o copo, que eu achei ser um remédio. Para mim ele era um velho e velhos tomam muitos remédios. Também pensei que aquele era um velho ranzinzo, o homem parecia reclamar e não queria tomar o remédio. Eles pareciam conversar, imaginei toda a conversa prestando bem atenção nos gestos das mãos dos dois. Ela saiu logo, acho que deve ter ficado com raiva porque ele se negou a tomar o remédio. Depois de um tempo o carro andou e não dava mais pra ver a janela. Às vezes me pergunto se ele tomou o remédio, às vezes também me pergunto se era um remédio.
Dentro do meu quarto, nas madrugadas, me sinto meio Gregor Samsa, mas também me sinto um adolescente espiando os vizinhos com binóculo. E não me envergonho disso, não é nenhum pecado e acredito que Deus, ou qualquer um dos seus assessores, no dia do purgatório, vai relevar essa coisa toda de olhar os alheios.
A questão não é só o silêncio. É a sensação de poder olhar e acreditar que também não está sendo olhado. É a coisa de pensar está vendo o que ninguém mais pode ver. E é o seu quarto, seu domínio. Aqui eu conheço todas as paredes e cada detalhe do chão. A segurança e o meu próprio mistério. O vento da madrugada também é mais gostoso. Parece que ele aprende a entrar pela janela de um jeito diferente e que por falta de carros, ele é mais limpo e que minha liberdade gira junto com meu ventilador de teto.