Antes de deitar gosto de me perguntar: Será que vala a pena ter essas fotos pregadas na parede? Repassar cada momento daquele sem deixar de lado nenhum segundo? É um vício. Já tentei arrancar da parede, já tentei arrancar de mim. Mas tudo foi grudado com cola de marca – prega mais que Super Bonder. Não adianta agora querer puxar com força.
Então o que me resta é olhar. Sim, elas ficam em um lugar estratégico. Não existe escapatória. Ou não entro mais no meu espaço, ou vou ter que aprender a olhar e não reconstruir, nesta linda cabecinha que Deus me deu, cada minúcia daquele cheiro. Tarefa difícil.
Deviam criar uma cartilha: Como olhar e não vê. Podia ser em braile, juro que me esforçaria para aprender a decifrar cada pontinho. Talvez fosse mais fácil assim. É ai que me pergunto: Teria tanta graça? Não sei. Acho que nessas horas eu nem penso mais no que é engraçado.
Não adianta. Vou me deitar agora e mesmo fechando os olhos para não ver estampado em todas as paredes do meu quarto, eu sei que quando adormecer vou te ver do jeito que mais gosto: Pintado em um real tão cru e seco que quando acordar vou acreditar em você.
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