Perdi a minha fé e não foi em nenhum dos meus cantos. Assumo, sou apostata. Troquei a minha fé pela razão, porque não foram só os meus planos que caíram por terra, mas cada pedaço da minha carne. Essa é minha ferida aberta de vida e cada vento que sopra queima o fogo, atiçando minhas brasas adormecidas.
Sem engolir palavras, conheço hoje minha pior parte. Minha dúvida, minha constância nesse estado inerte, acorrentada dentro da minha própria história. Sinto que me apararam as garras, me roubaram a chance de fugir.
Dentro deste meu mundo perco os sentidos e já confundo sede com fome, na verdade não sei se meu corpo pede pelo prazer de comer ou pela ferocidade de devorar.
É como pedir licença para se humilhar. Pregar os olhos em paredes frias e esperar que tudo se volte para seu devido lugar.
Na verdade, sei que me engano. Porque a fé sou eu e a razão nunca me coube.
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