quinta-feira, 28 de julho de 2011

Desmedido

É estranho se sentir vazio e conhecer cada detalhe desse espaço. Seria um espaço?

É estranho sentir medo de sentir. Teria cabimento?

É estranho não ouvir sinos tocando. Esqueci os contos de fadas?

É estranho sentir a pele esticar. Síndrome de Peter Pan?

Nada que me faça mover uma palha. Nada que me faça querer e desejar uma carne crua, um corpo quente. Mas as cores daquela unha me tiram do sério. Aquele verde junto à cor dourada da pele e o branco dos dentes escancarados em um sorriso roubado por mim fazem meus pés baterem em um ritmo acelerado. Desnorteante. É como receber uma tapa antes do gozo.

Contraditório, sei bem, mas é assim.

Sem planos, mesmo que me perca nas horas imaginando o dia seguinte. Sem compromisso, mesmo que desperceba outros sorrisos. Meu vazio é bem recheado com paredes de labirinto.

Extremo da loucura. Receio pelo tempo apertado, assim como eu. Receio por mim mesma que pareço desconhecida dentro disso tudo.

Soluções. Elas são para os calculistas. Frias, metrificadas.

Pois, sem rima, sem jeito, com medo e com olhos vendados me largo, mais uma vez, por esse mundo perturbado dos que se apaixonam.

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