segunda-feira, 24 de março de 2008

Nada não.

É tudo porque o tempo vai passando e não aparecem ganchos pra segurar firme e não cair. E o pior de tudo é que cair pode parecer triste, mas vem junto com prazer agora. Não diminui, muito menos reprime. Foi só que ninguém viu que tinha um pára-quedas aberto, e o descer foi suave, confortante. Caiu no chão com os pés nus, mas bem recebidos quando chegou. Nada tremeu e a falta donde se segurar não afetou. Aquele pé esperto já conhecia bem onde iria pisar e foi descalço sem medo de encontrar pregos pelo caminho.

Pisar com força pode parecer raiva, mas às vezes pode ser só uma forma de apoiar melhor. Não viu as mãos? Elas seguram no vento pra ele escapar nos corredores finos dos dedos. Parecem de bailarinas bem treinadas: deixam suavidade por onde passam pra esconder a força contida no mais leve dos movimentos.

Tem a porta entre aberta. Não passa nem a brisa, nem eu, nem você. E é por isso que está todo mundo aqui. Ah! Mas é nada não, tranca a porta, toma um vinho e não se esquece de dançar, pra só cair de verdade quando tiver cansado, dormi e acorda pra começar mais uma vez. Você sabe e sabe bem melhor do que eu que tudo isso não é nada, não é nada, não.

Nenhum comentário: