Vontade desvairada, desmedida que maltrata o organismo vivo. Sonhos que se apagam por não existir uma caixinha que caibam eles. Até o medo do escuro pode ser superado, mas a vontade é constante, cotidiana. Insaciável fome de linhas próprias transforma caderno em puro egocentrismo.
Largam-se todos os vícios, dos mais simples aos mais complexos, vontade, que não é vício, permanece viva e aflorando novos vícios. Tudo que foi vivido tem que achar seu espaço, sua vaga, no aperto de pequenas e bagunçadas letras. As rubras rugas não se desenham tão fácil. É uma luta querer saber como descrevê-las.
Vontade transpassada guardada dói, tem o cheiro da dor, a pele da dor. Revivida parecem ser de autoria de outrem desconhecido. Acaba com os cigarros e bebas bebidas dos botecos. Ilude no seu fim e faz esquecer-se do começo. Prende num tempo sem horas, que de fora parece arrastar pra passar, mas que na vera está congelado, condenando quem a vive para a eternidade.
E assim foi.